Picolé do China era anunciado pelos vendedores nas praias de Niterói há cerca de 50 anos
Niterói – Picolé do China! Quem vai querer? Faz cerca de 50 anos que o produto do imigrante japonês Mario Takeo Tanikawa era assim anunciado pelos vendedores nas praias de Niterói. Hoje, porém, o negócio cresceu e a marca Sol a Sol terá a primeira fábrica de sorvetes 100% sustentável no Estado do Rio.
Quando Tanikawa morreu, aos 83 anos, fez com que seus filhos prometessem que a fábrica de sorvetes não seria fechada. Sua preocupação era com a manutenção dos empregos e dos fornecedores para assegurar a qualidade do produto. Os filhos, porém, não se interessavam pelo negócio, pois cada um deles já seguia carreira em outra área. Para resolver o impasse,uma prima que morava no Japão, há 25 anos, foi chamada. Ilma Tocunaga e o marido Francisco Simão chegaram ao Brasil em 2010 e, desde então, estão à frente da expansão da Sol a Sol.
“Rio Bonito foi o município escolhido por sua excelente potabilidade da água, item essencial na fabricação de um bom sorvete. Além disso, estamos também com uma distribuidora no Cadeg, em Benfica, para chegar ao mercado carioca e, junto com a Firjan, formatamos um modelo de franquia. Temos um bom produto e controle sobre todo o processo de fabricação, estamos prontos para crescer mais”, garante Francisco Simão.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), esse mercado no Brasil cresceu 81,6% nos últimos dez anos.
O processo de produção dos 24 sabores de picolés e 22 de sorvetes em pote é todo artesanal. “Somos bem cuidadosos com fornecedores de frutas. O coco, por exemplo, vem de Sergipe, a polpa de uva de Caruaru, a tapioca de Belém”, afirma o gerente Vinícius Gonzalez. “E trocamos as embalagens para potes biodegradáveis”, acrescenta.
Sabores pouco comuns como cupuaçu, milho verde, abacate, tapioca, cajá e amendoim fazem o diferencial. A Sol a Sol tem duzentos pontos de venda e, num fim de semana, apenas no balcão da Rua Saldanha Marinho, no Centro, vende, no atacado, mais de 30 mil picolés, a R$ 1 cada.“Nossa diferença é que vemos o sorvete como alimento”, reforça Francisco.
A nova fábrica prevê uso de energia solar, compra de produção local, reúso de água da chuva, tratamento de efluentes e horta orgânica.
Fonte: Matéria Jornal O Dia
http://odia.ig.com.br/niteroi/2014-11-22/sol-a-sol-tera-a-primeira-fabrica-de-sorvetes-100-sustentaveis-do-estado.html